Desde que a sul-coreana Daewoo comprou uma parcela substancial de terras férteis em Madagascar e, em seguida, o governo caiu por conta da operação, as pessoas têm dedicado mais atenção à questão do investimento estrangeiro em parcela susbtancial das terras aráveis de um país.
Neste fim de semana, o Financial Times publicou interessante artigo sobre a questão, neste link. Além disso, a Economist desta semana também tem uma reportagem a respeito, com interessantes dados. A IFAD - International Fund for Agricultural Development (uma agência especializada da ONU) acabou de publicar um relatório analisando a questão.
Não vou opinar muito a respeito porque ainda não li o relatório da IFAD. Mas algumas coisas são interessantes:
(1) vejo um claro paralelo com a situação das primeiras concessões para E&P de petróleo e gás na década de 1950 (cobriam grandes áreas e não exigiam contrapartidas), as quais estão no raiz do problema das nacionalizações posteriores no Oriente Médio;
(2) o investimento estrangeiro pode ser benéfico para o país mesmo sem a exigência de contrapartidas, pois o incremento na oferta de alimentos pode forçar para baixo o preço dos alimentos, permitindo que a população do país-hospedeiro adquira comida mais barata;
(3) ao mesmo tempo, o investimento estrangeiro sem contrapartidas e feito para exportação do produto pode resultar em um incremento das tensões sociais, com a população (ou grupos representativos) percebendo o investimento como um "roubo" de recursos. Este risco é maior quando parcelas população passam fome e vêem a fazenda do "maldito estrangeiro" produzindo alimentos aos quais elas não têm acesso.
O tema é polêmico e interessante. Convido vocês ao debate!
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